O conto foi enviado pela Camila do blog Camilices
E ele me fez enxergar o quanto eu era fútil. Através de todas as palavras que saltearam de sua boca eu pude ver o quanto ele me amava e o quanto se odiava por isso.Vi em seus olhos um medo fugaz de me machucar e ao mesmo tempo uma dita responsabilidade em me abrir os olhos. E eu estava ali, estupefata com tudo que ele havia derramado sobre mim.Palavras de ódio, de descontentamento e palavras de força. Eu estava confusa, aliás nunca estivera tão confusa assim. Eu sempre ouvira que o amor machucara, mas eu nunca tinha vivenciado isso. E agora estava se formando em meu peito uma dor inescrupulosa. Eu iria desabar a qualquer momento. Eu não sabia quanto tempo mais poderia suportar. E o pior de tudo, eu acabara de perceber que eu o amava também, e isso doía mais ainda. O amor tem o poder de destruir, e amar é o que vai ser destruído, li isso uma vez e nunca fez tanto sentido como fazia agora. Eu queria abraçá-lo, mas ele estava longe. Ele estava se afastando. Eu podia nesse momento sentir as lágrimas se formando e havia um nó em minha garganta que me sufocava. Eu poderia morrer ali, pelo menos a dor iria cessar-pensei. Mas eu estava automaticamente me levantando e dizendo a mim mesma: "Você é Katerine Rider, você vai dar a volta por cima". O orgulho era melhor que a fraqueza. Não sei se eu estava certa, mas optei por ele neste momento. Eu estava fugindo dali, qualquer outro lugar seria melhor. Em minha mente ainda conseguia ver os olhos dele nos meus me dizendo tudo aquilo. Eu estava soluçando, o ódio e o medo penetrava em meu corpo provocando reações estranhas. Eu não sabia pra onde fugir. A escola era absurdamente grande. E sem perceber eu estava no corredor da sala de música. Me adentrei naquela sala que naquele momento tinha um ar tão confortável e aconchegante. Sentei-me ao piano. Corri os dedos em suas teclas, como se isso pudesse dar a ele a vida que em mim já não se sustentava. E de repente eu estava tocando "comptine d'un autre ete " a minha canção favorita e era como se eu fosse a canção. Eu não estava mais chorando. Eu me sentia como parte da música e era como se fosse minhas notas, as notas que regiam minha vida. Era algo tão mágico e estranho. Como se aquilo fosse parte de mim. E então me veio a mente o amor. Sabe, naquele determinado momento eu tinha duas certezas sobre o amor: a primeira é que ele causava dor e a segunda é que ele também causava mudanças.
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